![]() |
| The first love will be always the first love |
E assim foi, foi a última vez que lhe disse algo. Apartir daquele dia limpou tudo o que ainda fazia parte deles, até a fotografia da mesa de cabeceira. Custou-lhe muito ter que fazer aquilo tudo, chorou, gritou, mas depois levantou-se e disse que bastava e que não poderia continuar assim. No dia seguinte levantou-se cedo para ir trabalhar, ia ter um ensaio dificil e tinha que se concentrar bastante. Só a dança a mantinha tão concentrada e feliz. Depois do ensaio, recusou um café com as amigas e foi para casa descansar e desanuviar a cabeça, era o que mais precisava.
Passou-se um mês e a sua rotina mantinha-se igual, recusava sempre as saidas e ia para casa completamente sozinha. Por mais que ela não quisesse ele continuava a fazer parte da sua mente.
Finalmente decidiu sair e divertir-se, saiu, bebeu, dançou e conviveu! Conheceu um outro alguém. Interessaram-se bastante um pelo outro, continuaram com as conversas e conversas essas que já faziam parte de uma rotina, saiam juntos, já faziam tudo juntos, já se consideravam um casal e ela já não se lembrava do outro que tanto amou.
Uma noite, depois de mais ensaios, foi para casa sozinha pois o seu par tinha que ficar no trabalho até tarde. Chegou a casa, ligou o telefone, onde lá estavam duas chamadas perdidas e uma chamada de voz. Não ligando, limitou-se a carregar no botão para ouvir a chamada. Para seu espanto, essa chamada não era de nenhum familiar nem de nenhum amigo. A chamada era sim daquele alguém que ela amou. Ele nunca foi de muitas palavras e na chamada limitou-se a dizer que tinha saudades dela e que se ela quisesse sair ele estaria livre a qualquer momento. Ela não respondeu naquele momento, ligou o rádio, deitou-se no sofá e deixou-se levar pelos seus pensamentos. Pensamentos esses que eram sobre aquele que ela amou, aquele que era o homem da vida dela. Mas ela naquele momento era feliz, não com o homem da vida dela, mas com o homem que se podia tornar dela! No dia seguinte respondeu à chamada e disse que não, custou-lhe dizer isto pois no fundo, bem no fundo, ela queria dizer um sim, mas não podia, na relidade esta foi a melhor resposta. Esqueceu a chamada e foi ter com o homem que podia vir a ser dela, esteve com ele a tarde inteira. Juntos a tarde inteira e a vida inteira. Aquele que era o homem da vida dela tornou-se naquele que ela amou e este tornou-se no homem dela, aquele que ela ama, aquele que a faz feliz.
Todos os dias ela lembra-se daquele que amou, mas apenas lembra-se, lembra-se porque ele foi importante, ele foi aquele que a ensinou a amar, foi aquele que mudou o seu coração e por causa dele nunca vai ser o mesmo, mas ainda bem...
